E.E. MARIA ANÁLIA MENDES FERREIRA
Intertextualidade é a
relação entre dois textos em que um cita o outro. Assim, qualquer texto que se
refere a assuntos abordados em outros textos é exemplo de
intertextualização. A intertextualidade pode ocorrer em textos escritos,
músicas, pinturas, filmes, novelas etc. Esclareça que, dependendo da situação,
a intertextualidade tem funções diferentes que dependem dos textos/contextos em
que ela é inserida.
A intertextualidade pode
ocorrer sob as formas abaixo:
Paráfrase - A paráfrase consiste em refazer um
texto fonte em função de seu conteúdo. É uma categoria que abrange resumos,
condensações, atas, adaptações relatórios.
Paródia - A paródia é a recriação de viés
crítico, com intenção cômica ou satírica. Na paródia, o texto fonte não é
apenas o ponto de partida. Ele permanece entrevisto no espaço do texto
recriado, sem o que se perde o efeito de sentido da paródia.
Plágio - O plágio consiste na apropriação ou
imitação, essencialmente ilícita, de texto alheio. Pode ser parcial ou total,
distinguindo-se da paráfrase e da paródia por ocultar seu processo de criação.
A facilidade, criada pela internet, do acesso a textos alheios aumentou
consideravelmente a prática do plágio nos meios acadêmicos.
Texto 1:
Ainda
que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse Amor, seria
como o metal que soa ou como o sino que tine. E ainda que tivesse o dom da
profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse
toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse Amor, nada
seria. E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres,
e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, se não tivesse Amor, nada
disso me aproveitaria. O Amor é paciente, é benigno; o Amor não é invejoso, não
trata com leviandade, não se ensoberbece, não se porta com indecência, não
busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal, não folga com a
injustiça, mas folga com a verdade. Tudo tolera, tudo crê, tudo espera, tudo
suporta. O Amor nunca falha. Havendo profecias, serão aniquiladas; havendo
línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá; porque, em parte conhecemos,
e em parte profetizamos; mas quando vier o que é perfeito, então o que o é em
parte será aniquilado. Quando eu era menino, falava como menino, sentia como
menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as
coisas de menino. Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos
face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou
conhecido. Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; mas
o maior destes é o Amor.
Texto 2:
Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se
sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;
É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Soneto
11 de Luiz Vaz de Camões (Rimas)
Exercícios
1. Em poucas
linhas, escreva o assunto do texto I.
2. Tendo em vista
que o texto I foi tirado da Bíblia, qual é o seu público alvo?
3. Agora, em poucas
linhas escreva o assunto do texto II.
4. Em sua opinião,
qual é o objetivo comunicativo do texto II.
5. Considere as
definições:
Antítese – Ocorre
quando há uma aproximação de palavras ou expressões de sentidos opostos.
Paradoxo - é uma
afirmação ou opinião que à primeira vista parece ser contraditória, mas na
realidade expressa uma verdade possível.
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O poema de Camões é
composto por antíteses e paradoxos.
a) Dê um exemplo de antítese.
b) Dê um exemplo de paradoxo.
c) Que sentido essas figuras de linguagem trazem para
o texto?
6. Qual o aspecto semelhante entre os dois textos?
7. A concepção de amor é diferenciada nos dois textos.
Explicite essa diferença.
Texto III
Monte Castelo
Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor, eu nada seria...
É só o amor, é só o amor
Que conhece o que é verdade
O amor é bom, não quer o mal
Não sente inveja Ou se envaidece...
O amor é o fogo
Que arde sem se ver
É ferida que dói
E não se sente
É um contentamento
Descontente
É dor que desatina sem doer...
Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor, eu nada seria...
É um não querer
Mais que bem querer
É solitário andar
Por entre a gente
É um não contentar-se
De contente
É cuidar que se ganha
Em se perder...
É um estar-se preso
Por vontade
É servir a quem vence
O vencedor
É um ter com quem nos mata
A lealdade
Tão contrário a si
É o mesmo amor...
Estou acordado
E todos dormem, todos dormem
Todos dormem
Agora vejo em parte
Mas então veremos face a face
É só o amor, é só o amor
Que conhece o que é verdade...
Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor, eu nada seria...
(Renato Russo – Legião Urbana, “As quatro estações”,
1989.)
Cadê as respostas ??????
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